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AÇÕES AEILIJ - Trevo de Leituras

Apresentação Mar/2007 Fev/2007 Jan/2007 


MARÇO / 2007


Anna Claudia Ramos lê Uma aventura na casa azul, de Marciano Vasques...

... que lê A princesa que não sabia chorar, de Marô Barbieri...

... que lê Coleção Brincadeira de Criança, de Anna Claudia Ramos.



* * * * *



Uma aventura na casa azul

de Marciano Vasques 

Resenha de Anna Claudia Ramos 


il. Lúcia Hiratsuka 

Cortez, 2005 

48 pp. 



Quando lemos o título do livro - Uma aventura na casa azul - imaginamos que vamos ler uma história repleta de aventuras e mistérios. Então, abrimos o livro e encontramos um enigma na página inicial, um bilhete escondido dentro do caderno de Vera Márcia. 


Encontre-me hoje em frente à casa azul às 19 horas.  

Assinado, alguém que te ama. 


Mas à medida que a história vai se desenrolando, descobrimos que 'a aventura na casa azul' não é apenas um livro de aventuras e sim um livro homenagem. Um livro que Marciano Vasques fez em homenagem a uma escritora de literatura infantil muito querida. 


A aventura se passa na casa azul, que é justamente a casa dessa escritora, uma senhora de 86 anos de idade e com mais de 100 livros publicados. Vera Márcia vai até a casa azul para desvendar o enigma do bilhete e acaba descobrindo que a escritora seria levada por dois extraterrestres para o Planeta Eventir, onde vivia uma população muito avançada tecnologicamente, mas que havia perdido a capacidade de sonhar. 


Eventir era um planeta sem fantasia e imaginação, porque lá não havia contadores de histórias e nem escritores de literatura infantil. Os extraterrestres, que eram educadores, vieram buscar a escritora para ensinar às mães e as professoras de seu planeta a inventar e contar histórias. Vera Márcia sugere que, ao invés de levarem a escritora em uma viagem tão cansativa, eles próprios inventassem histórias. E que deveriam começar contando a de uma escritora de 86 anos que encanta crianças, que é meio bruxa, meio fada, tem uma varinha mágica, um caldeirão de histórias e mora em um planeta distante chamado Terra. Assim, os habitantes de Eventir não viajariam apenas em naves especiais, mas sim nas asas da imaginação. 


O final traz uma surpresa no texto e na ilustração, mas se eu contar agora perde toda a graça do livro. Só lendo mesmo para desvendar esse mistério. 


E aí? Já descobriu quem é a escritora homenageada? Vou dar uma pista: suas iniciais são TB e foi ela quem escreveu o texto da orelha do livro. Se mesmo assim você ainda não sabe quem é, corra! Vá ler e soltar sua imaginação...


* * * * *


A princesa que não sabia chorar

de Marô Barbieri 

Resenha de Marciano Vasques 


il. Ana Terra 

Innova, 2006 

16 pp. 


Um jardim aquático diferente (mas que funcionava como todos os outros) e uma sorridente e intrigante flor que, afinal, nem era flor. Uma gotinha, aliás, uma Gota-Menina que, em seu nascimento primaveril, foi recebida por um acolhedor sorriso ajardinado. Uma família real, composta por um bondoso rei, sua rainha e uma princesa de olhos infinitos, vivendo em um palácio de areia (e palácios assim podem ser dissolvidos?). 


Princesinha com preocupações sociais e o coração mental repleto de projetos. Esbanjando alegria, mas com um segredo, um problema enorme, insondável, que apertava o seu coração. Peso insuportável. Ela não sabia algo, bem que tentou aprender, mas para certas coisas não há aprendizados apressados. 


Um dia chegou um sujeito comum que era especial. Nem bonito era, nem tinha assim tanta nobreza, mas era deveras especial, por causa da sua cor. O encontro entre ele e a princesa só podia levar a uma paixão imediata. Para ela, bastou piscar os olhos e, pronto, estava irremediavelmente apaixonada pelo aventureiro de olhar comprido sempre envolvido com o mais distante horizonte. Ele? Tentou resistir, mas... 


Naquele reino das profundezas azuis, a filha da realeza tinha um problema inconsolável, um mistério. Protagonista de uma história de amor, "cabelo de algas" era observada pela gotinha, que recebia da flor (que não era propriamente uma flor) uma intrigante resposta: "É preciso esperar pelo momento certo". Há também para a amizade uma hora adequada? 


E Gota-Menina acatou a sabedoria do conselho no reino das possibilidades infinitas. Tudo lá era como o mar: infinito: o namoro da princesa de olhos urgentes de marejar, que tinha um problema aparentemente insolúvel, com o forasteiro de olhos sempre prontos para atender ao chamado da aventura... 


Eis os personagens entrelaçados (flor que não é flor, jardim absolutamente diferente, sereia, cavalo-marinho, Gota-Menina...), que vão brotando um por um nos ingredientes desta história erguida na sensibilidade da autora, que nos remete aos segredos que só o mais fundo do mar pode guardar. O ponto de partida são "os mistérios que não morrem". Se, em algum reino terrestre, houve um dia um menino-rei que não sabia sorrir, num certo reino vivia alguém com um peso dentro de si. As mágoas (mágoa é sempre má água) e as tristezas não podem permanecer aprisionadas lá dentro. E só uma gota frágil e delicada, portadora da sabedoria do olhar, é quem na hora certa conseguiria... 


Com habilidade de tecelã, a autora vai conduzindo o pequeno leitor com um fio que ao ser desenrolado empina a imaginação danada de curiosa. A obra é ilustrada por Ana Terra em águas de verdes, azuis, amarelos e róseo.


* * * * *


Coleção Brincadeira de Criança

de Anna Claudia Ramos 

Resenha de Marô Barbieri 


il. da autora 

Larousse, 2006 

32 pp. 


Brincar é muito importante. 

A brincadeira repõe a realidade de uma maneira encantadora. E encantatória. Faz com que a criança - e mesmo o adulto - seja capaz de processar mais facilmente as informações que recebe sobre o funcionamento das pessoas e do mundo. Anna Claudia não só reconhece a importância da brincadeira como acaba por transformá-la em tema de seus livros. Livros cujos textos repõem, com conhecimento e simplicidade, o quotidiano da criança na escola e na família. 


Pra ser escritora, a pessoa tem que ser múltipla. 

Ana Claudia é múltipla. Ampla conhecedora do universo infantil, sabe como transitar nos espaços da escola e do imaginário do aluno. E o faz de uma maneira firme e qualificada. Mas com simplicidade, com sabedoria e com a sensibilidade de quem também sabe lidar com a linguagem. 


Pra completar os textos, uma ilustração de qualidade em que o intenso colorido e o traço delicado se aproximam da leitura gráfica que a criança faz do que vê e experimenta. A coleção Coisas de Criança, composta de três volumes, é uma delicadeza que Anna Claudia e a Editora Larousse colocam ao alcance de pais e professores interessados em criança e literatura. 


Em Brincadeira de criança, a autora percorre os jogos e brincadeiras mais conhecidos, e mostra a diferença entre o que interessa aos meninos e às meninas, além de propor uma amável convivência entre eles. 


Em Brincando na escola, Anna Claudia apresenta o dia-a-dia da rotina escolar e a diversidade de ações que uma boa escola pode proporcionar ao seus alunos. Brincadeiras, atividades de socialização e de formação de hábitos, tudo é apresentado com um toque de leveza, permitindo que o professor e a criança se reconheçam e se encontrem. 


Em Brincadeiras de todos os tempos, a presença do vovô estreita os laços com a história da família e com o passado. Passado e presente se fundem e convivem respeitosamente. Algumas atividades contemporâneas são mencionadas e valorizadas. Algumas brincadeiras antigas são recuperadas e trazidas para o convívio de hoje. 


Conhecer esta pequena coleção nos faz voltar às experiências de infância mas, mais do que isso, nos permite oferecer às crianças a possibilidade de reencontrar, nas pequenas ações do quotidiano, o prazer dos jogos e brincadeiras que nunca desaparecerão enquanto não retirarem do homem a vontade e o direito de brincar.



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